Novo mercado para o cavalo Crioulo, Raça faz sua estreia no maior palco da pecuária brasileira, em Uberaba

• COMPARTILHE

E abre novas perspectivas de comercialização, especialmente para animais de serviço.

Primeira raça equina a entrar no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), o Crioulo teve seus exemplares avaliados em maio na pista principal da ExpoZebu, feira agropecuária de renome mundial, atraindo a atenção dos criadores de gado e abrindo uma promissora porta para a venda de animais, especialmente aqueles destinados ao serviço de campo. “Estamos abrindo uma porta enorme para o cavalo Crioulo”, observa o vice-presidente de Comunicação e Marketing da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), Onécio Prado Júnior. “O evento foi um marco para o nosso cavalo abrir um novo horizonte e um novo mercado. Teremos gente de todo o Brasil e do Exterior que irá nos auxiliar a difundir a raça”, emenda.

Conforme o administrador da Estância Vendramin, proprietária da Grande Campeã e Melhor Exemplar da Raça, Uberaba não poderia ser um centro de visibilidade melhor para destacar as apostas do criatório paranaense para este ano. “Ter levado nossos animais foi muito gratificante, principalmente, por ser um mercado novo”, salienta Carlos Eduardo Altenhofen. “É uma região muito promissora e o cavalo Crioulo, versátil, se adapta a qualquer lugar e por isso tem muito a contribuir com a pecuária”, emenda Darlei Hess, que classificou quatro animais da Estância Três Coxilhas, de Barra Velha (SC), para a final da Morfologia 2016. Responsável pela avaliação dos animais, o criador gaúcho Carlos Loureiro de Souza ressalta o orgulho em ser o primeiro a avaliar a conformação em uma região com um grande futuro. “É um honra. Um prêmio pela doação de ser selecionador da raça. É emocionante ser o primeiro jurado a entrar nesta pista que passa a ser um marco.”

Para o presidente do Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos de Minas Gerais, Marcelo Moura, a participação no evento serviu de vitrine para o cavalo Crioulo junto aos grandes criadores de zebuínos e deve ser um divisor de águas na expansão da raça, especialmente para a região Norte. “A ExpoZebu é a maior exposição do Brasil, onde se junta os maiores criatórios das raças zebuínas.

Este foi um dos motivos para trazermos esta exposição para cá”, observa, lembrando que a Exposição Passaporte marcou também a inauguração do espaço do cavalo

Crioulo no Parque de Exposições de Uberaba. Com isso, a ABCCC e o NCCC passarão a estar presente nas cinco grandes feiras anuais que ocorrem no espaço, aumentando o contato com o público e o fomento da raçana região. “Isso dará visibilidade à raça, pois quem trabalha com gado precisa de bons cavalos para o serviço”, projeta o dirigente.

Outra novidade foi o Leilão de Coberturas organizado pelo NCCC de Minas Gerais, que movimentou R$ 157,4 mil com a venda de doses de sêmen dos principais garanhões

da raça. Quem retornou às compras durante o pregão foi Marco Antônio Andrade Barbosa, da Maab, referência na criação de bovinos Nelore e jumento Pêga,

que adquiriu coberturas de JÁ Libertador e Galo de Santa Edwiges.

“Sempre admirei a raça, vejo o cavalo Crioulo como um bom animal para a lida com gado, sendo dócil e forte. Usei-o no Estado do Pará quando fui implantar projetos de pecuária, em 1973, pois lá só resistiam ao trabalho os muares e os crioulos”, recorda o investidor, que adquiriu os primeiros animais com vistas à seleção genética em 2004, após visitar criatórios gaúchos, entre eles as cabanhas Maufer e Santa Edwiges.

Hoje o plantel da cabanha Maab gira em torno de 20 animais registrados, criados nas fazendas União e Mula Preta, em Uberaba.

“Sou criador e gosto do melhoramento genético. Pretendo seguir no processo de seleção genética e usar o cavalo Crioulo no serviço de campo. Em nossas fazendas em Minas Gerais, Paraná e no Tocantins temos mais de dez mil cabeças de zebuínos e precisamos de bons animais para lida”, acrescenta, explicando que pelo menos 150 cavalos crioulos já trabalham nas propriedades da família. “São animais perfeitos para o trabalho com o gado, trabalham o dia todo com um desgaste muito menor comparado com outras raças”, acrescenta.

Eleito recentemente segundo vice-presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Barbosa garante que irá trabalhar para difundir ainda mais o cavalo Crioulo em Minas Gerais.

Segundo ele, existe no Estado um mercado promissor tanto para animais comerciais como de elite. “A participação nas exposições realizadas no parque de Uberaba deve acelerar o processo de expansão do cavalo Crioulo no Estado, pois aproxima a raça dos fazendeiros da região”, completa.