17/07/2017 Geral

Cabanha Basca comemora 25 anos

Foto: José Guilherme Martini

 

Basca Alegria, filha de Hornero e BT Rica Dona, foi o primeiro exemplar registrado pelo criatório que vem se destacando tanto no Freio de Ouro como na Morfologia da Expointer

A criação de cavalos crioulos de Mariana Tellechea foi iniciada a partir de um presente do pai, a égua BT Rica Dona, em 1982, quando estava concluindo a faculdade de medicina veterinária e ainda administrava a marca BT, a mais premiada no Freio de Ouro. “Na época, meu marido também criava cavalos crioulos, então acabei registrando os primeiros animais sob o afixo Igiquiquá. Posteriormente, decidi montar meu próprio afixo e escolhi esse nome porque tinha tudo a ver com origem da nossa família, oriunda do País Basco. Assim, em 1992, foi registrada a Basca Alegria, nosso RP 01, filha do Hornero com a égua que ganhei”, recorda a selecionadora,que hojeconta com o auxílio da filha Lila Tellechea, e do genro Henrique, que já havia trabalhado para a família anteriormente. “Com a ajuda deles melhorou muito a cabanha. Eles são extremamente dedicados, são o meu braço direito e esquerdo.  Os dois adoram cavalos, respiram 24 horas por dia o dia a cabanha. Acho que foi o grande incentivo para os resultados que estão chegando”, emenda a crioliusta.

Mariana explica que a seleção da Cabanha Basca foi iniciada com o uso de reprodutores destacados, como La Invernada Hornero, La Invernada Aniversário, La Invernada Encomendero, Compadrón Charque e Santa Elba Corajudo. “Usei os principais garanhões da BT, depois seguimos usando os filhos do Hornero, entre eles o BT Lucero e BT Delantero, além do BT Haragano e do BT Apache. Hoje, temos já dois garanhões importantes, ambos filhos do Lucero, o Basco Onassis, cujos filhos já estão andando muito bem nas exposições incentivo, e o Basco Veneno, cuja primeira produção nasceu este ano”, prossegue, informando que cerca de 140 éguas são mantidas na reprodução.

 

A selecionadora conta que a Basca utilizou também na última temporada de monta dois reprodutores do criatório argentino San Arsenio, Charque Silvestre, um filho de Charque Leopardo, e Charque Sensato, filho de Nochero Muere Pollo, bem como o chileno puro Las Callanas Castizo e Basco Ulisses, um filho de Basco Onassis que já participou da Morfologia da Expointer e está reproduzindo muito bem. “Gosto muito de morfologia, me dá muita alegria ver uma manada bonita, com animais parelhos, mas sem perder a função. Buscamos produzir animais bonitos, mas com muita funcionalidade, bom temperamento e cômodos de andar”, ressalta, reforçando que o grande objetivo do criatório é produzir um Grande Campeão da Expointer e um vencedor do Freio de Ouro.

Dentre os resultados obtidos nos últimos anos, Mariana destaca a sétima colocação de Basca Rancagua no Freio de Ouro, em 2015 e 2016, o reservado grande campeonato da Expointer 2015, com Basco Veneno, e o título de Campeã Potranca Maior, com Basca Andina, em 2016. “Nos últimos três anos fomos os maiores expositores da Expointer. No ano passado levamos 13 exemplares para Esteio, sendo que os 11 animais que participaram da Morfologia eram todos inéditos e da mesma geração, algo muito raro dentro da raça. Isso mostra a evolução do criatório, a uniformidade que estamos conseguindo imprimir na seleção da Basca”, prossegue, ressaltando que o grande diferencial de um criatório são os ventres de exceção. “As fêmeas que vão a Esteio são a reposição da manada. Elas vão para as pistas e depois para a reprodução, o que está deixando nosso plantel com um nível excepcional", emenda, reforçando que é muito gratificante ver os novos pais e mães confirmando as expectativas que se depositava neles.

 

Reconhecimento do mercado nacional e internacional

 

Os 25 anos da Cabanha Basca serão comemorados durante os três remates de cavalos crioulos programados para 2017. O primeiro pregão ocorre em 27 de abril, em Uruguaiana, quando serão ofertados dois potrilhos que seriam preparados pela cabanha para a FICCC 2018, além de um trio de potrancas, também do time de pista, que serão comercializadas através de venda vertical. Destaque ainda para BT Viola II, Grande Campeã e Melhor Exemplar da Raça em Bagé em 2012, e Basca Quinta Essência, uma filha da Basca Dulcinéia, principal égua do criatório e mãe de animais destacados nas pistas, como Onassis, Patagônia, Vichadero e Rancagua.

“Trata-se uma oferta extremamente qualificada, com várias éguas que dá pena retirar da manada”, observa Lila Tellechea, reforçando que a marca está muito bem avaliada no mercado. “Dois animais que já vendemos estão credenciados para o Bocal de Ouro 2017, ambos com mais de sete de morfologia. O mercado está reconhecendo o nosso trabalho", emenda Lilinha, ressaltando que o objetivo principal é satisfazer os anseios de toda a clientela. “Nosso foco é produzir um animal campeão. Queremos atender bem todos os clientes, oferecendo consistência genética tanto para quem precisa de um pai de cabanha como para aqueles que necessitam apenas de um cavalo castrado para correr provas, por exemplo". 

O reconhecimento do mercado é confirmado pelas recentes exportações do criatório para países que integram o Mercado Comum do Sul (Mercosul). “A BT já era um dos maiores exportadores da raça e a Basca continuou no mesmo ritmo. No remate do ano passado vendemos oito animais para o Uruguai, onde filhos de nossos cavalos vem conquistando importantes vitórias na Expo Prado. Em Palermo, na Argentina, nossa genética também já andou bem em pista e no Paraguai um cavalo nosso foi muito bem numa prova funcional típica de lá”, revela Mariana. “Os resultados mostram que estamos no caminho certo, que a reposição da manada está sendo feita com qualidade”,  acrescenta Lilinha.


Basca Alegria, filha de Hornero e BT Rica Dona, foi o primeiro exemplar registrado pelo criatório que vem se destacando tanto no Freio de Ouro como na Morfologia da Expointer

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