19/10/2018 Geral

A diáspora do cavalo crioulo

Foto: Divulgação/Revista Crioulos

Livro do jornalista Renato Dalto, com fotografia de José Guilherme Martini, irá documentar a expansão, o crescimento e as novas fronteiras da raça Crioula, que saiu do sul e chegou ao extremo do país

 

Uma importante obra que servirá como suporte institucional da raça Crioula está sendo preparada para circular por todas as regiões brasileiras a partir de 2019. O livro Cavalo Crioulo - do Sul ao Brasil vai documentar, através de textos e fotos, a expansão, o crescimento e as novas fronteiras, culminando com o grande palco de Esteio em sua nova formatação, um verdadeiro centro de projeção da raça Crioula.

 

Com fotografia de José Guilherme Martini, a publicação terá 192 páginas e será assinada pelo jornalista Renato Dalto. “Martini e eu nos encontramos por meio dessas lidas do cavalo Crioulo. E desde há muito tempo nossos olhares se juntam na mesma direção. Não retratamos apenas o cavalo, mas a paixão, a saga, o sentimento, o telurismo, a força viva desse encontro entre cavalos, terra e gente. Foi isso que nos moveu para esse projeto que poderíamos chamar, poeticamente, da saga do cavalo caminhador”, explica o idealizador da obra.

 

O intuito do jornalista é retratar a verdadeira diáspora que o cavalo crioulo realiza no Brasil, um cavalo que saiu do sul e chegou ao extremo do país. “A raça Crioula está em franca expansão no Brasil. É um retrato do crescimento, do acerto de uma seleção, do suporte técnico e de extensão da ABCCC. E, sobretudo, das formas com que esse cavalo foi conquistando mais adeptos, com seu belo temperamento, resistência, força, coragem e aptidão para o trabalho, o esporte e o lazer. Este cavalo que chega à América há mais de 500 anos, é um conquistador. E agora sai dos campos do sul para conquistar o Brasil, um novo continente da expansão”, explica o autor, que procurou o criador Rodrigo Teixeira para ser o consultor do projeto.“É um técnico experiente, grande conhecedor da raça, já foi superintendente do Registro Genealógico da ABCCC. É um profissional do cavalo que alia conhecimento e sensibilidade, além de ser extremamente transparente e ético em suas orientações”, resume Dalto.

 

Segundo ele, o projeto é dinâmico e não se resume apenas ao livro impresso, tendo uma série de ações multimídia e atingindo vários públicos através das redes sociais, onde já podem ser lidos inclusive alguns trechos dos capítulos que irão compor a obra: www.facebook.com/CrioulodoBrasil. Para viabilizar o projeto, estão sendo disponibilizadas várias formas de apoio, com destaque para as cotas master, que garantem um espaço de quatro páginas para divulgação da história dos criatórios e dos seus principais cavalos crioulos. Dalto faz questão de destacar a adesão das estâncias Vendramin, de Palmeira PR), e Liberdade, de Rolante (RS), que abraçaram a ideia tão logo lhes foi apresentada.

 

“Este cavalo que chega à América há mais de 500 anos, é um conquistador. E agora sai dos campos do sul para conquistar o Brasil, um novo continente da expansão”

Renato Dalto

 

 conquista da terra


Tudo começou assim: “O primeiro pacto do homem foi com o fogo e assim nasceu a superação cultural da natureza. O segundo pacto foi com o cavalo e assim surgiu o domínio geográfico do mundo”, escreve o historiador Daniel Vidart. Nas eras mais remotas, eram apenas sobreviventes num ambiente hostil. Caçados, perseguidos e devorados, eram precários em tudo. O hippus, o antepassado de onde se gerou o cavalo, era um pequeno mamífero caçado pelas feras. O homem se sustentava no equilíbrio do corpo frágil, esse sobrevivente que, nas palavras de Horácio Quiroga, nada mais queria que o direito ao sono e ao sossego. Quando o cavalo se fez e o homem se equilibrou, se uniram para chegar a domínios inimagináveis.  E o planeta Terra se transformou.

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