18/03/2016 Geral

Chico Guasqueiro, o artesão de Sapucaia do Sul que transforma o couro em peças únicas

Foto: Arquivo Pessoal

Se alguém perguntar por Francisco Centeno em um dos inúmeros eventos do cavalo Crioulo pelo país afora, poucas pessoas saberão de quem se trata. Mas se chamar pelo apelido com que ele é mais conhecido entre os adeptos da raça Crioula, não faltará ajuda para encontrá-lo. Centeno é o Chico Guasqueiro, um artesão de mão cheia que encanta pela beleza e complexidade de suas peças.

        O artesão, que tem seu ateliê em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre, conta que o ofício foi herdado do bisavô, João de Freitas, que passou para o menino o gosto de transformar o couro em peças únicas. Mas muito ele aprendeu trocando ideias com quem já trabalhava com couros e cordas. “Também fiz muita pesquisa em livros que comprei e em outros que ganhei”, diz  Centeno, que nasceu há 55 anos no município de General Câmara, no Vale do Rio Pardo.

        O guasqueiro trabalha com artesanato regional há 27 anos. Por meio de uma parceria com pecuaristas do Brasil Central, ele adquire couro de búfalo. A preferência pelo material se deve a maior resistência. “O couro de búfalo é mais resistente, mais encorpado”, explica Chico Gausqueiro, que faz ele mesmo a curtição do couro.

Com essa matéria-prima, ele produz preparos de cabeça, rédeas, cabeçadas, peiteiras e buçais que usados por ginetes consagrados nas disputadas provas do Freio de Ouro. “Entre outros, tenho como clientes o Lindor Collares, o Daniel Teixeira e o Fabinho Teixeira”, ressalta. Em 2010, além dos troféus, os ginetes campeões da maior prova do Cavalo Crioulo levaram para casa facas com bainhas alusivas à competição, produto de uma parceria de Chico Guasqueiro e o cuteleiro Cássio Selaimen, de Porto Alegre.

O experiente guasqueiro conta com a ajuda de dois empregados. Mas diz que as peças são produzidas sem qualquer tipo de pressa, artesanalmente. A intenção é fazer um trabalho perfeito, que agrade os olhos, mas que também seja aprovado na lida, o maior teste. A produção de uma peça depende muito do tipo de material utilizado, segundo ele. “Têm peças que ficam prontas em menor tempo, mas outras exigem um pouco mais de trabalho. O acabamento é a etapa que demanda mais tempo”, afirma. “O trabalho em couro exige muita dedicação e persistência. Não é uma coisa fácil de fazer”, observa.

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